11º Passo – Celebrar
Ao descrever a última ceia, o evangelista João destaca o lava-pés, como gesto simbólico da vida de Jesus, um gesto a ser imitado por seus discípulos. Ele acentua mais o acontecimento do que o sacramento, mais o significado do que o sinal. João nos convida a passar da liturgia para a vida, da memória à imitação de como Jesus viveu e doou sua vida.
Tendo o Pai posto tudo em suas mãos, Jesus agia com plenos poderes, como Mestre e Senhor. Mas, ao lavar os pés de seus discípulos, inverte os papéis, atuando como servo. Jesus reassume o sentido de sua vida, para que permaneça para sempre na lembrança deles. Toda a vida de Jesus foi um lava-pés, um serviço aos homens, um modo de manifestar o ágape, esse amor que “não busca o próprio interesse”.
Em sua Páscoa, Jesus deu a vida por nós. Para Celebrar a Eucaristia, precisamos também dar nossa vida por nossos irmãos (cf. Jo 3,16). E nós o fazemos, “lavando os pés” uns dos outros e acolhendo os que sofrem por suas dependências e limitações. Aquele que disse sobre o pão: Isto é o meu corpo!, disse essas palavras também em relação aos pobres, fragilizados e oprimidos (cf. Mt 25,35ss). Ele instituiu também esse sinal, como instituiu a Eucaristia. No excluído, no dependente químico, há uma presença do Cristo sofredor.
A encarnação nos diz que o Verbo se fez “homem”, mas o mistério pascal nos revela “que tipo de homem” o Verbo se fez: um homem indefeso, condenado e crucificado; excluído da sociedade e do Templo. Depois de explicar aos discípulos o significado do lava-pés, Jesus disse: Sabendo disso, vocês serão felizes, se o praticarem.
Só por hoje, na graça de Deus, sobriedade e Paz!